terça-feira, 18 de outubro de 2011

Executivosonline.com.br: QUANTO VALE O ESFORÇO PARA ENGANAR UM EMPREGADOR?

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Li numa revista, um tempo atrás, uma reportagem com dicas de postura para se vender melhor profissionalmente (marketing pessoal), e assim conquistar a confiança do chefe, ser promovido e ter o salário aumentado. O mote da reportagem, baseada numa pesquisa feita por cientistas norte-americanos, é que o mundo é dos mais \"espertinhos\".
Segundo a matéria, truques como fazer de conta que está trabalhando muito - mesmo que, no fundo, não seja tão necessário assim - ou que está sempre muito ocupado podem fazer diferença no marketing pessoal dos profissionais.
O texto recomenda ainda andar sempre depressa, até para ir ao banheiro, para dar a impressão de que o tempo é curto e deixar relatórios e livros de pesquisa abertos em cima da mesa, mesmo que isso não seja necessário. Há também outra dica: utilizar o corpo como ferramenta de estratégia, frequentando academias de ginástica em vez de cursos de especialização, MBAs ou pós-graduações e se tornando, assim, uma pessoa bonita. Outra recomendação: o profissional deve ser bajulador, pois assim tem mais chances de, segundo o artigo, sair-se melhor e ganhar reajustes de salário e promoções, já que \"todo mundo gosta de ser bajulado mesmo\".
Depois de ler, perguntei-me: \"Será que os seres gostam de ser enganados? Esta reportagem é dirigida a que público?\". Na minha concepção, quem dá estas orientações deve pensar que o empregador é facilmente enganado por aparências e bajulações.
Quem fez essas \"dicas\" esquece que o empregador chegou onde está porque sabe muito sobre a vida e conhece suas manhas e desafios. Esse empregador pode não prestar atenção na autenticidade dos sentimentos por conta da correria, da ansiedade e do imediatismo. Não posso crer que estes \"espertinhos\", assim como os tais pesquisadores, gastem seu tempo criando armadilhas comportamentais para ludibriar.
Eu me senti um ET. Eduquei meus filhos para serem autênticos, não mentirem nem fingirem, poderem se olhar no espelho sem culpa e assumirem todos os seus atos. Ensinei, principalmente, que a verdade tem uma medida superior, que na maioria das vezes é o perdão.
Disse a eles que tinham o direito de amadurecer quando errassem, acertando dali por diante. Aos profissionais que atendo no processo de outplacement - orientação pessoal e profissional para executivos que foram demitidos -, aconselho a ver sempre o lado positivo de um desligamento e a oportunidade de crescer com a mudança.
Peço para serem gratos à empresa pelo benefício que receberam, que tenham uma postura positiva e que não falem mal dos locais onde já trabalharam. Digo sempre também que falem a verdade, sejam sinceros nas entrevistas, que façam ou digam somente o que gostariam que lhes fosse feito ou dito, que trabalhem direito, que respeitem os subordinados, os pares e os superiores, e que cuidem da saúde física e mental.
Já conheci profissionais com perfil parecido às dicas da reportagem. Quem empregou essas pessoas tinha dificuldade para perceber este comportamento na época - bastava o chefe virar as costas para que o profissional que o tinha elogiado e bajulado soltasse piadinhas apimentadas e maliciosas para o grupo. Eu nunca admiti este tipo de comportamento: sempre achei uma falta de respeito.
Não me considero \"dona da verdade\", e sei que temos direito a opiniões diversas sobre um mesmo assunto. Porém, transformar o mundo empresarial num teatro, onde o profissional necessita interpretar um papel que não é verdadeiro, tem seu preço.
Imagino que o profissional que \"faz de conta\" que está trabalhando e está sempre preocupado com o que falar para agradar vive sob tensão e estresse. Ele precisa ser o que não é, e mesmo que não seja descoberto, não conseguirá manter este comportamento por muito tempo sem adoecer pela estafa. Quantos desses procuram apoio psiquiátrico?
Quanto vale o esforço para enganar um empregador? Quem atua para enganar o outro se alimenta decentemente, dorme bem e tem a consciência tranquila? Não desconfia de todos ao redor? Será que no final ele perceberá que não valeu a pena?
Desvio de conduta e comportamento pouco ortodoxo são coisas comuns. O que me causa estranheza é uma revista dar lições de como se passar por bom profissional. É isso que me preocupa.
8888por Nilce Campos é psicóloga e sócia da  Executive Search em Joinville 
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